3.12.21

Nunca fui tão minha.

Ontem me olhei no espelho com calma
E namorei meus olhos
Ao invés de procurar por defeitos.

Me vesti de mim mesma
Com a blusa de quinze anos atrás 
Orgulhosa por ser minha própria tendência

Falei dos meus assuntos,
Criei minhas criações 
Escrevi sobre o que eu vejo
E quem leu não entendeu,
Mas eu não me importo.

Saber que o encontro é vibração 
Que só fica o que tem razão 
Me tranquiliza demais.

É que já não quero na minha vida 
Problemas que não são meus.

Egoísmo? 
Não, não.

É a humildade de saber
Que eu não sou Deus.

(Rebeca dos Anjos)


Rebeca dos Anjos
Imagina nós dois
Lendo na mesma cama
O silêncio que não constrange,
Ápice da intimidade,
O meu espaço e o teu.

Pra depois inteiros
Nos entregarmos aos devaneios
E viajarmos juntos nas letras que a gente leu

A gente mistura a tua história com a minha
Até o misturar das línguas 
Ao fazer poesia
De tu mais eu.

(Rebeca dos Anjos)


Paro nas entrelinhas
Busco os teus mistérios
No que posso sentir das tuas vidas

Me concentro no que não foi dito
E sinto que teria te falado sobre a respiração. 

Você riria de mim e me ofereceria uma dose
E eu tomaria três

Atravessaríamos a noite
Falando sobre essas explosões por dentro
Que não formam frases
Que se explicam pela razão

Insistiríamos nos versos 
Feitos de palavras soltas,
Não por nada,
Mas porque somos uma confusão

No dia seguinte, de ressaca,
Eu meditaria em paz,
Iluminada pela minha escuridão.

(Rebeca dos Anjos, depois de ler "A teus pés" de Ana Cristina Cesar)

18.4.21

Revejo minha jornada
Sob os pilares construídos pelos homens
Leis, credos, regras e donos
De verdades escritas ou acreditadas

Relembro cada verdade intocada
Caindo por terra 
Derrubada por atitudes incertas
De quem anda sobre os pilares
Mas a quem falta compaixão 

Andei desgarrada por muito
Até entender que a liberdade é o meu mundo 
Mulher Selvagem
Filha de Deus e da Deusa
Cria do Sol e da Lua
Cujo templo é a natureza
E o amor é a religião.

(Rebeca dos Anjos)


Rebeca dos Anjos

28.12.20

Atalhos: 

Teu corpo em retalhos
Misturados numa cesta de histórias
Que não são mais tuas

Eu pego linha e agulha 
E te falo sobre a coragem
Pra costurar a dor
Enquanto eu me remendo com esparadrapos.

(Rebeca dos Anjos)

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